A Não tão Nova Rotina;

Seis da matina. Os primeiros raios já começam a surgir entre os vãos da persiana, o quarto aos poucos se ilumina. A suave voz com violão de um certo Tiago Iorc, fora substituída pela divertida melodia - "Things are shaping up to be pretty odd, little deaths in musical beds so it seems I’m someone i’ve never met [...]" - Aos poucos, levanto os braços e digo bom dia em silêncio. Passo a mão na perna e sinto o machucado da noite anterior, quando levadamente cai da pequena escada. Olho-me no espelho e fico contente ao notar que nada mudou. Pareço a mesma pessoa que era antes de me espreguiçar. Dou um leve sorriso e ajeito os cabelos, na esperança de que os mesmos fiquem domados da maneira que me interessa. Ansiedade aos poucos toma conta de todo meu corpo, as borboletas no estômago já são velhas conhecidas. Penso em tudo que irei encontrar neste novo ano, as pessoas que conhecerei ao decorrer dele, porque para mim, ano só começa no primeiro dia das aulas, quando trocamos de turma, apreensivos com o que encontraremos. De costume, me atraso, noto outra vez que nada mudou, os costumes continuam os mesmos. As manias? Semelhantes as que antes conservava. Qual seria então a novidade? É a novidade de viver, porquê primeiro dia de aula, sempre será único. Sensação sem igual.