- Anna, não faça isso!
Logo que ouvi sua voz suave chamar meu nome, senti a angústia correr pelas minhas veias. Sabia que estava errada, não era o lugar certo para se estar. A falta que sentia era muito maior, assim como a vontade de jogar tudo ao alto e gritar. Não imaginava que a saudades fosse tão dura para se encarar, depois de sentir um beijo qualquer, a certeza do arrependimento surgiu junto com outro turbilhão de sentimentos agoniantes. Queria fugir, esta era a real vontade. Não era certo me enganar, e muito menos enganar o pequeno sorriso de Lucas. Era como se fosse o maior monstro de faz de conta, um digno vilão com olhar aterrorizante; pena que ele não havia enxergado isto antes de se aproximar.
Quando senti sua respiração ofegar, afastei meu rosto em um relance. A voz continuava a me perseguir, dizia para não continuar causando tanto sofrimento. Era como se Jamie ainda estivesse ao meu lado, fingindo estar contente com tantas discussões sem sentido. "Desculpe, desculpe, desculpe!" - era tudo o que conseguia repetir para meus pensamentos. Levantei meus ombros para o nada, era a hora perfeita para partir. Talvez não houvesse outra chance para dizer exatamente o que sentia.
- Estou disposta a sofrer por você - sussurrei, olhando para as nuvens dançando no céu.
- Estou aqui, ao seu lado.
Sua voz era como música para me acalmar, olhei para trás e lá estava seu costumeiro sorriso esbranquiçado, de braços abertos. Corri em sua direção, faceira, me encaixei em seus braços, senti meus cabelos serem afagados de leve.
- Por favor, não me deixe mais - sua cabeça apenas concordou com o pedido. Pela primeira vez, estava segura.
Logo que ouvi sua voz suave chamar meu nome, senti a angústia correr pelas minhas veias. Sabia que estava errada, não era o lugar certo para se estar. A falta que sentia era muito maior, assim como a vontade de jogar tudo ao alto e gritar. Não imaginava que a saudades fosse tão dura para se encarar, depois de sentir um beijo qualquer, a certeza do arrependimento surgiu junto com outro turbilhão de sentimentos agoniantes. Queria fugir, esta era a real vontade. Não era certo me enganar, e muito menos enganar o pequeno sorriso de Lucas. Era como se fosse o maior monstro de faz de conta, um digno vilão com olhar aterrorizante; pena que ele não havia enxergado isto antes de se aproximar.
Quando senti sua respiração ofegar, afastei meu rosto em um relance. A voz continuava a me perseguir, dizia para não continuar causando tanto sofrimento. Era como se Jamie ainda estivesse ao meu lado, fingindo estar contente com tantas discussões sem sentido. "Desculpe, desculpe, desculpe!" - era tudo o que conseguia repetir para meus pensamentos. Levantei meus ombros para o nada, era a hora perfeita para partir. Talvez não houvesse outra chance para dizer exatamente o que sentia.
- Estou disposta a sofrer por você - sussurrei, olhando para as nuvens dançando no céu.
- Estou aqui, ao seu lado.
Sua voz era como música para me acalmar, olhei para trás e lá estava seu costumeiro sorriso esbranquiçado, de braços abertos. Corri em sua direção, faceira, me encaixei em seus braços, senti meus cabelos serem afagados de leve.
- Por favor, não me deixe mais - sua cabeça apenas concordou com o pedido. Pela primeira vez, estava segura.
KOLENCZUK, Tatiana; trecho do conto "Outra vez Agonia", in Descarrilhar
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