quarta-feira, 5 de março de 2008

Casa de Vidro

Aquela imensidão azul, relampejara.Aquele escuro profundo, iluminara.Aquele doce segredo, contara.
Foram inúmeras as memórias que vivi naquele humilde casebre, pequena Manhathan.Totalmente envidrado, barrado por um lindo azul horizontal, entre céu e mar.Então me perguntava, como sorrir para o nada?Se nada não existe, quem escutaria minhas amadas declarações?
O vazio acabou tornando-se companheiro, de momentos ilustres e inusitados.Inundados de amor.Acabei tornando-me parte desse mundo, repleto de solidão, onde o vidro é a barreira para o universo.
Como digo, de nada faz falta, já não tenho minha Anna aqui, sem ela, nada mais importa.A razão foi embora.Lembro-me bem, dos seus ebânicos curtos cabelos jogados pelo rosto.A sua voz resplandece, não só em eternas memórias, mas também em um pequena carta, estampada com correntes de lágrimas.
-Jaii!Já te disse, cartas não olham nos olhos.Será que você não pode ser um pouquinho mais sincero e falar tudo sob meus calorosos verdes?-Ela riu; Eu sorri com a língua entre dentes; Ela beijou; Eu respondi; Ela [...] partiu; Eu, já não sei.

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