terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Memórias de um vício incerto III

Memórias de um vício incerto I, por Anny:
http://seagroove.blogspot.com/
Memórias de um vício incerto II, por Josie:
Dias passam, pessoas mudam de casas, escolhem novos amores, novas angústias para viverem enfornadas, só há uma coisa que não se encaixa no passageiro: Um vício, esse se uma vez você chegou perto, e o acolheu, pode ter certeza meus caros, ele jamais irá te largar.O sofrimento é garantido, a dor e a luta são necessárias.Tive o imenso prazer de adquirir um tal vício, prazeroso como disse, mas por pouco tempo, apenas enquanto era jovem, garota indecidida, cheias de amizades e rodeada de garotos.Daquela época sinto falta de apenas uma, a que me apoiava, que me guardava, a garota rosada dos destilados, que nunca me abandonará, sempre ali, constante.É, como disse, o tempo passa, os anos voam como pássaros, se torna cada vez mais difícil agarra-lo novamente.Gostaria de não ter conheçido este mundo perigoso, preferia ter ficado bem longe desse vício incerto e, de tal forma, imaturo.O que seria de mim agora? Talvez uma professora de história bem sucedida, banhando fortunas verdes, comprando carros esportivos, chegando em casa e recebendo um abraço de meus filhos, ah Isaac Gonzaga, como esperei chamar alguém por este nome.Sabe, peço todos os dias para meu Deus cuidar de mim, cuidar dela principalmente.Sempre, a espera de um milagre, de uma vida nova.Enquanto isso, vivo jogada aqui nessa sarjeta, tenho minha pequena casa, me sustento com as minhas artes, raras são as vezes que me contratam para algum artigo.Fazem poucos dias que me chamaram para publicar uma crítica, nunca quis ser jornalista, acabei cursando a faculdade meio que desleixadamente.Dessa vez juro que agradeçi.Estava em minha humilde morada, quando um tal jornalista bateu em minha porta, implorou para que fizesse um furo, uma critica a uma psicóloga, que estava trabalhando com alcoólicos. "Malditos, devem ter pensado em mim, apenas pelo fato do alcoolismo.Querem que eu volte a escrever a coluna esportiva.Jamais.".Aceitei, precisava de um dinheiro, vi que seria fácil, era uma entrevista, que deveria conter uma novidade e uma crítica sujeita.Lá fui eu, encontrar a tal.Cheguei no café e me deparei com um estereótipo que adoraria ser, alta, com longos cabelos escuros, até me lembravam os meus, um pouco mais compridos.Uma pele...rosada.Era ela afinal, minha cara, minha cara.Sai aos prantos do café, me arrependo até hoje.Era noite de natal.

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